Por que escolhi Lisboa?

242

Por que escolhi Lisboa?

Há alguns dias estava com um grande amigo também gaúcho que veio morar em Portugal e agora se foi para morar na Alemanha. Falávamos sobre a forma de vida nessa cidade em comparação com Porto Alegre, Rio de Janeiro e Munique, onde ele hoje mora.

Essa conversa surgiu enquanto estávamos a caminhar pelas ruas do Bairro Alto, famosa localidade boêmia da cidade. Fomos a um bar que não nos agradou e de lá saímos caminhando tranquilamente em direção a outro onde havia uma melhor cerveja e mais gelada.

Durante o percurso, cerca de 10 minutos caminhando, íamos com o celular na mão, conversando, olhando o Google maps para nos localizarmos sem nenhuma preocupação, sequer para atravessar as ruas, pois passávamos nas faixas de segurança, aqui chamadas de passadeiras, e os carros prontamente paravam para que nós pedestres chegássemos ao outro lado. Chegamos ao bar e nos sentamos na parte externa, colada à rua, onde víamos as pessoas e os poucos carros ali passarem durante uma conversa e outra aproveitando o entardecer de primavera.

Pois bem, voltando ao tema da conversa, os principais pontos sobre os quais falamos foram a tranquilidade, a segurança e, principalmente, a proximidade entre os locais. Aqui, há tranquilidade para se andar na rua, o que é inerente à sensação de segurança, motivo pelo qual se pode sentar em qualquer lugar, seja uma praça, seja um banco qualquer, com um notebook ou próprio celular sem nenhuma preocupação, olhar o movimento, encontrar conhecidos para papear.

Tudo isso pode ser feito usando o metro ou um ônibus (aqui chamado de autocarro), sendo possível cruzar a cidade de ponta a ponta. Para locais mais próximos, a facilidade é ser possível fazer tudo caminhando. Aqui, ir a um local distante equivale a demorar 30 minutos. É possível cruzar Lisboa de ponta a ponta em 25 minutos. O tempo é o bem mais precioso que temos e aqui o poupamos para utilizá-lo como melhor quisermos, sem trânsito.

Então, caros leitores, esses foram alguns dos motivos que me fizeram e fazem permanecer nesta cidade de Lisboa. Esse sentimento de acolhimento e, ao mesmo tempo, de liberdade que somente uma cidade segura e tranquila permite ter, aliado ao fato de ser uma capital europeia com tudo que uma cidade grande precisa, ao meu ver, não há dinheiro no mundo que pague.