Sonhar me Encanta

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Sonhar me Encanta

Quando deixo de sonhar, a rudeza da vida normal me assusta pois, sua vivacidade é sagaz e horrenda. Seu ímpeto é limitante como cantos circunscritos de um hermético quadrado. Sua caminhada é tortuosa e previsível. Suas intenções são egocêntricas e abusivas e suas atitudes são superficiais e mendicantes. Quando deixo de sonhar, me assusta a vida que não vive, mas finge viver numa ilusão delirante que se auto alimenta desconstrutivamente com finíssimos toques de desespero, com refinados sabores de fuga e com requintadas fragrâncias de dor.
 

Então, mesmo ciente desta desoladora paisagem, prefiro viver entorpecido pela loucura dos meus sonhos do que desperto na falsidade de um aparente viver, pois no êxtase destes encantamentos imagino mundos onde o amor ainda é a lei magna do vida, onde a amizade é mais valiosa que o salário, onde o respeito está acima de egoístas desejos, onde a arte é um oráculo para as mazelas quotidianas, onde o saber é a mais admirada conquista pessoal e coletiva, onde as diferenças são a especiaria que dão sabor à existência e não gostos que nos separem e, acima de tudo, onde a integridade conecta todas os papéis que exerço para que possa seguir peregrinando e sonhando leve, alegre e grato em direção a divina luz que nos ilumina, que nos inspira e que nos une. 

 

PS: Para citar este sonhador pensar

Cargnin dos Santos, Tadany. Sonhar me Encanta.