O nosso país, ordeiro e pacífico, por excelência vez que outra se vê nas manchetes midiáticas do mundo todo, em razão de um evento que de plano chocou toda sociedade brasileira.
O atentado contra a vida de um candidato à presidência da república, cristaliza o risco de que as eleições de outubro, venha a escolher um vencedor, sem, entretanto, eleger um novo presidente da república.
O mais provável é que exista uma bipolarização entre os extremos. O candidato do Partido dos Trabalhadores versus os radicais da direita. Nesse contexto, ambos poderão ter votos de pessoas que pensam como eles, no entanto, terão reforço de eleitores que não votariam nem em um nem em outro.
Nesse caso, teríamos o voto útil. Eleitores que pensam sempre em não perder seu voto, independente se votam bem ou não. Apenas visam levar o sufrágio ao candidato que efetivamente tem melhores chances de vencer.
No caso concreto, vamos ver uma repetição das últimas eleições presidenciais. O voto anti-petista, mas prevalecia em graus variáveis a tendência de votar nos tucanos.
Hoje tudo mudou. Poderá haver votos no candidato petista, somente para não ver o candidato da direita no planalto. Ou também poderá ocorrer que a maioria vote no ex-capitão, só para não ver a volta dos petistas ao poder.
Essa colocação deixa um vácuo de sentimentos no meio de tudo. Só que, no meio, ficará o nada.
Preferência é uma coisa, exclusão é outra. Quando o eleitor elege a exclusão como razão de votar, superando o de preferência, conseguirá barrar aquilo que o eleitor não quer.
Dessa forma penso que não se elegerá um presidente. Haverá um vencedor, sem a chancela de presidente, infelizmente.
A persistir essa cultura, o próximo governante terá inúmeras e insuperáveis dificuldades para gerir os destinos deste gigante.
É o que penso.
Setembro de 2018.
Dr. Modesto Roballo Guimarães.
OAB/RS 21085