A empresa Mercovia S/A, concessionária para os serviços da Ponte da Integração, trabalha com a perspectiva de o circuito Santo Tomé-São Borja repetir, de dezembro a fevereiro, o fluxo de turistas da temporada passada. A expectativa, com isso, é de que 240 mil veranistas argentinos circulem pela fronteira argentino-brasileira tendo como destino o Litoral Sul do Brasil. Se for registrado movimento semelhante à temporada 2016-2017, o ingresso será de 140 mil turista e retorno, depois, de 100 mil.
O Centro Unificado de Fronteira da ponte binacional está com infraestrutura pronta para receber os argentinos, esperados principalmente das regiões de Buenos Aires, Santa Fé, Córdoba, Misiones e Corrientes. Mas o gerente comercial da Mercovia, Alcir Jordani, ressalta que é preciso reforçar as equipes de atendimento aos visitantes. Nesse sentido, reunião já realizada com a Polícia Federal acertou o reforço no número de agentes, para agilizar o processo de migração. Os picos de fluxo se dão normalmente ao final de cada quinzena, a partir do Natal.
Uma das novidades para a nova temporada será um aplicativo da Mercovia, visando orientar os veranistas sobre os mapas rodoviários, os caminhos mais curtos, as principais opções na rede hoteleira e ainda as alternativas turísticas. Jordani destaca que, mesmo com a ferramenta digital, a meta é manter a mesma equipe de apoio da última temporada, formada por equipe permanente de 16 pessoas. Para que isto ocorra, é esperada a reedição de apoio da Secretaria Estadual de Turismo através de acordo de parceria com o campus local do Instituto Federal Farroupilha.
A Secretaria Municipal de Cultura, Turismo, Esporte e Lazer desenvolve ações, há várias semanas, no sentido de que São Borja não se limite a ser um corredor de passagem para os turistas argentinos. A ideia é que eles, tanto na entrada, quanto depois no retorno permaneçam algum tempo na cidade. É certo que equipe da secretaria estará na ponte internacional, para convidar, orientar e motivar os visitantes a permanecer algum tempo. A diretora de Turismo, Odete da Rosa, acha isso possível, mas ressalta que bons resultados dependem de um mutirão de esforços. Entidades como Associação Comercial, Câmara de Diretores Lojistas e Sindicado do Comércio Varejista são parceiras na iniciativa.
Uma das finalidades é levar os veranistas argentinos aos principais pontos turísticos locais. É meta, ao mesmo tempo, que os turistas deixem seus dólares e pesos nos hotéis, restaurantes, lojas de modo geral e nos postos de combustíveis. Essa cadeia de serviços está sendo trabalhada. Já foram promovidas reuniões com a direção da Mercovia e de hotéis e restaurantes. O próximo passo será levar mobilização e informação a quem trabalha nesses setores.
Odete da Rosa destaca que a estratégia também é levar informações e orientações às regiões principais de onde procedem os veranistas argentinos. A diretora lembra que feira na cidade, em dezembro, reunindo as comunidades que abrigaram os povos missioneiros será uma boa oportunidade para divulgar a mobilização que São Borja desenvolve. Ela observa que é um processo de construção coletiva, envolvendo toda a comunidade, mas aposta ser possível atingir o objetivo.