O S I L Ê N C I O.

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Sempre ouvi uma afirmação popular, espontânea e corriqueira que diz: “ se o verbo é prata, o silêncio é ouro”.

Assistindo e vendo as declarações do novo Chefe Nacional da Polícia Federal, me quedei a pensar e por vezes tirando algumas conclusões, quem sabe apressadas e por isso passíveis de equívocos.

Ora dizer que uma “mala só” não é suficiente para configurar um delito. No caso a mala estava cheia de dinheiro. Aproxidamente meio milhão de reais. Aliás, do conhecimento de todos os brasileiros meridianamente informados, quem portava era o Deputado Loures, ex-assessor e amigo íntimo do senhor presidente.

O que todos os brasileiros esperavam do ilustre delegado era de que envidaria todos os esforções, técnicas e aparato policial, para desvendar esses mistérios. Mas ao contrário chegou fazendo perguntas, questionando, em vez de intuir e dar soluções.

O ideal senhor delegado era o senhor afirmar qual seria o destino dessa mala recheada de reais.

Por outro lado, deveria ainda ter explicado melhor o famoso grampo, ou conversa gravada entre o senhor presidente e um dos donos do grupo Batista. Dizer que tem alguns aspectos do caso se tornaram “um ponto de interrogação, que fica hoje no imaginário do povo brasileiro”. É um atentado a meridiana inteligência do cidadão.

Ora, o povo brasileiro, viu e ouviu muito bem as gravações feitas pelo senhor Joesley e o senhor presidente, repetidas exaustivamente pela imprensa.

Dos diálogos expostos, não restam dúvidas de que efetivamente houve um conchavo, que servem a interessas escusos e desservem a nação brasileira.

Efetivamente o novo delegado perdeu uma grande chance de ficar em silêncio.

Embora hoje esteja corriqueira as visitas (noturnas) dos ministros da mais alta corte da justiça ao Palácio Jaburu, causa estranheza que o presidente tenha prestigiado pessoalmente o novo delegado-chefe Dr. Fernando Segovia, na sua posse. Aliás, a primeira vez que um presidente faz isso!? Por que será?

Prestígio ou amizade íntima? Novos tempos virão. E que não sejam sombrios e que denigram ainda mais a conspurcada cidadania brasileira.

É o que penso.

Novembro de 2017.

Dr. Modesto Roballo Guimarães.

OAB/RS 21085