A L I B E R D A D E.

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A liberdade é um bem precioso. Só é livre o homem que não é preso a nenhum dogma, só é livre aquele que admite estar errado, aquele que sem estar preso a dogma admite que os outros podem estar com a razão.

Devemos respeitar as convicções de nossos semelhantes e o direito que eles têm de, por elas pautar suas condições. Devemos impedir com todas as forças, todo ato que fira a liberdade do indivíduo.

Temos o dever de proclamar a liberdade individual e ensinar aos homens a merecê-la, conquistá-la e conservá-la. Liberdade é o direito que todo homem tem de fazer aquilo que a lei permite.

Os dias atuais nos remetem a uma reflexão muito grande. Os acontecimentos sociais que afloram no seio da sociedade e que estão levando todo mundo de roldão exprimem a verdade verdadeira?

Quem no Brasil atualmente merece crédito? Quais os reais motivos para tudo isso que estamos presenciando?

Será que nossa liberdade não está sendo ameaçada? Será que não estamos servindo de massa de manobra para ocultar interesses outros e fins escusos?

Meus leitores, tais questionamentos servem para que possamos refletir com calma e humildade.

Se por um lado, estamos presenciando um desmando total, um desgoverno sem precedente na história republicana, menos verdade não é que os atuais mandatários foram ungidos pelo voto popular, e que cada um de nós é responsável por aquilo que fez, ou deixou de fazer.

É tempo de fazermos as devidas reparações? Penso que sim. Afinal sempre é tempo para admitir que podemos estar errados.

Especialmente neste período que antecede a morte e ressurreição do Grande pregador Jesus Cristo. Neste período em que devemos com mais força e vigor rever nossas falhas, nossas omissões enfim nossas atitudes como cristãos que somos.

Se olharmos as sagradas escrituras veremos que Moisés ficou no deserto por quarenta anos dirigindo o povo de Israel para a terra prometida, e aqui nos permitimos a fazer uma digressão sobre o profeta Moisés:

Em Mateus 17:1-9, Marcos 9:2-8 e Lucas 9:28-36,acontece o episódio conhecido como a Transfiguração de Jesus. Nele, Jesus e seus discípulos Simão Pedro, João e Tiago vão para o alto de uma montanha, conhecida como o Monte da Transfiguração. Lá, Jesus começa a brilhar e Moisés e o profeta Elias aparecem ao seu lado, conversando com ele. Jesus é então chamado de “Filho” por uma voz no céu – presumivelmente Deus Pai – como já ocorrera antes no seu batismo.

Feita esta pequena digressão, voltamos ao assunto primitivo, ou seja, aquele que nos move, e que serve de norte para as nossas ações.

Devemos respeitar as convicções de nossos semelhantes e o direito que eles têm de pautar suas condutas em razão daquelas.

Se é verdade, e é que somos livres e de bons costumes, não podemos embarcar na primeira nau que aparece, pois poderá soçobrar logo adiante. Devemos ter paciência e empregar todos os nossos esforços para a reconstituição primeiro de nosso Templo interior, depois o templo da nossa família, da sociedade e por fim da nossa amada pátria.

Devemos ser ponte para unir os iguais e até mesmo os desiguais, jamais muralha para dividir.

Ao iniciarmos mais uma estação, o outono, que seja ele de muita especulação, ensaios, experimentos e possamos trazer para nossos semelhantes as luzes que brilharão neste período. Seremos a centelha que brilha e ilumina as trevas da ignorância e da mediocridade. Seremos os vanguardeiros da ordem, da paz e da concórdia.

Devemos ao final proclamar o amor incondicional aos nossos semelhantes mesmo que eles pensem diferente de nós. Afinal como já referido temos que ter a humildade para reconhecermos que os outros podem estar com a razão.

É o que penso.

São Borja/RS março de 2016.

Modesto Roballo Guimarães.

OAB/RS 21085