Rene Goya, são-borjense, é um nome dos mais consagrados no meio cultural e artístico do Rio Grande do Sul e até mesmo do país, é um talento dos mais brilhantes e qualificados a atuar em audiovisuais. Já foi premiadíssimo por suas produções com o Grammy, em Las Vegas e o da música popular brasileira.
Confira nossa entrevista:
Quantos anos esteve na RBS?
Tive uma rápida passagem pela RBS, trabalhando como free-lancer, nos anos 1990. A partir daí começamos uma relação de trabalho em modelos de co-produção, fazendo produtos audiovisuais com a minha produtora, a Estação Filmes. São já vários anos já nesse modelo, onde realizamos desde transmissões ao vivo, onde fiz a direção, como o festival Planeta Altântida e o já extinto Garota Verão, até conteúdos como a Trilha dos Rios e a série Os Fagundes- Tá no Sangue.
Quais as principais produções que já realizaste?
Destacaria os documentários musicais e os DVDs. Foram dezenas de trabalhos com artistas como Renato Borghetti, Yamandu Costa, Elza Soares, Jards Macalé, Bebeto Alves, Duca Leindecker, Kleiton e Kledir, Nenhum de Nós, entre tantos outros. Foram produções que registraram momentos importantes da música brasileira, e ao mesmo tempo resgataram histórias da música feita no sul do Brasil .
Na atualidade, alguma produção que merece destaque?
Estou trabalhando agora na montagem de um documentário sobre a Música de Porto Alegre, em parceria com o Projeto Unimúsica da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, a UFRGS. E também estou no processo de criação de um filme sobre o saudoso músico Geraldo Flach, através de materiais de arquivos e entrevistas.
Ao longo de tua vida quais as principais premiações que recebestes?
A maior premiação é trabalhar com algo que amo: contar historias com imagens e sons. Acho fundamental a gente amar o que faz, pois a maior parte da vida passamos trabalhando. Mas poderia destacar a indicação ao Grammy Latino que tive com o documentário Borghetti e Yamandu, e também o Prêmio da Música Brasileira, com o DVD Elza Canta Lupi- com Elza Soares cantando a obra de Lupicínio Rodrigues.
Como você vê está época de pandemia? E o futuro?
A pandemia do Covid nos deu a dimensão exata de que estamos todos juntos nesse planeta. Só temos saída no coletivo, que somos interdependentes. Espero que possamos sair melhores desse tempo, talvez o grande desafio da nossa geração. Por enquanto temos que seguir as orientações científicas e o distanciamento social. E ficar em casa.
O que representa São Borja em sua vida?
Representa um plano inicial. Foi um tempo de infância e adolescência onde os aprendizados familiares deram a régua e o compasso para uma vida equilibrada, valorizando os livros e a cultura – heranças da minha mãe, professora, Ondina Goya. E a honra, a responsabilidade e a importância dos amigos, herança do meu pai, Rene Goya. Hoje minha conexão na cidade é com a minha irmã, Ivana Goya, que decanta essas melhores heranças que nossos pais nos legaram.