A criança foi até o sótão e encontrou um caixote abandonado
Levou até o seu quarto e o encostou à parede direcionada ao oriente
Depois, no guarda-roupa, pegou seu paninho adorado
E cobriu o caixote, que ficou macio e reluzente
Caminhou até o jardim onde coletou uma pontiaguda pedrinha
No caminho colocou água dentro de um pequeno pote
E, antes de regressar ao quarto, ainda recorreu uma velinha
E um pedaço de incenso que o lembrava um intenso archote
Além disso, foi à sala e pegou uma foto da família
Voltou ao quarto e dispôs tudo encima do seu apreciado cantinho
Água, foto, pedra, incenso, vela, uma intensa alegria
E uma estatueta daquele que ele considerava seu adorável amiguinho
Enquanto isto, a Mãe que impressionada e alegre a tudo assistia
Entrou no quarto quando viu a criança, em frente ao seu projeto, se ajoelhar
E docemente perguntou sobre o que aquilo consistia
Ao que a criança, inocentemente, respondeu: “Mãe, este é o meu altar!”
A Mãe ainda mais curiosa, inquiriu: “De onde você tirou tanta imaginação?”
A criança contestou: “Foi uma dica que recebi do meu amiguinho
Aquele que todos os dias está com a gente durante a oração
E que quando a senhora está triste, invisivelmente lhe faz carinho”
E uma mistura de surpresa, emoção e alegria
Invadiu a essência da Mãe, que começou a chorar
Então a criança que, em sua inocência, sentiu uma sublime energia
Convidou sua Mãe e seu amiguinho, para inaugurarem seu altar.