Uma Sabedoria sólida. Adoro a filosofia dos mais velhos

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Foto: Arquivo pessoal

Às vezes sinto falta de revirar-me do avesso e instigar minha alma na busca de outros conteúdos. Nesse interim sinto a falta da sabedoria dos mais velhos com sua filosofia de vida cheia de amor e ternura. Eles divagam no tempo, nas estações na vida. E assim o sol de agosto me leva a sonhar com esse passado de alma limpa e como anjos da guarda a nos rodear. Mas a vida andou e a gente vai extraviando pelos descaminhos cláusulas do amor e da paixão. Como descrer por exemplo que o ano se divide em quatro estações, todas chegando pontualmente como anunciavam os almanaques. O sol de agosto trouxe até um verãozinho que receio que até o meu anjo da guarda curtiu e deixou de lado de envolver-se com o rol dos meus triviais e desimportantes deslizes. Aproveitou-se para deliciar-se ao sol, e eu a pensar quando vai chegar a primavera. Ela está logo ali dobrando a esquina. Contemplo o sol e num momento para outro ele exilara as nuvens transfiguradas num azul tão intenso como só via igual no olhar de uma amiga em sua décima existência na terra. E assim navego e ouço o canto dos pássaros e o riso das crianças e a uma borboleta gris num voo povoado de secretos arco íris que só acontecem nos quadros de Van Gogh. E assim foi o sol de agosto e eu liberto de inquietações com sonhos e um vaso inanimado aquecido sob os raios dourados a iluminar os meus sentidos.