Quando as lamparinas do firmamento acenderam-se
Sentei-me em silêncio esperando avidamente para escutá-Lo
E ali, permaneci plácido por longos minutos, estático no mesmo sítio
Com a mesma intensidade, com a mesma ideia
e com a mesma pretensão de que a Luz Divina viesse ao meu encontro
Mesmo que por algum inesperado método
Ou alguma flamejante vereda mística.
A assim continuei, até que a mente, mais tranquila pelo passar das horas
Conectou-se com a visão que se abrilhantava na abóboda celeste
E, naquele instante, a veracidade divina da manifestação espalhou-se por todo o cosmos
E no espaço que forma o universo observei Vossa onipresença
Na preciosidade da água que corre nas veias do planeta estava Vossa abundância
Com o calor das chamas das fogueiras, toda Vossa onipotência se exaltava
Solidificada no solo do planeta emanavam as moléculas de Vossa firmeza
Quando o ar entrava pelas narinas senti o fulgor do Vosso Sopro
Nas frutas amadurecendo nas árvores, Vossa mágica transformação docemente acontecia
Nos quase imperceptíveis quarks e neutrinos, se plasmavam a sutileza de Vossa criação
Do olhar amistoso do irmão que passava à mente, irradiava a Vossa bem-aventurança
No âmago do coração, um afável batimento demonstrava o primor do Vosso altar
Na inteligente arquitetura do corpo humano, encantei-me com Vossa onisciência
Na calada jornada noturna, Vossa sutil cintilação realçava a nobre aquarela da existência
E quando o astro-rei carinhosamente despontou no horizonte
Vossa efusividade brandamente despertou àqueles que contigo sonhavam
E a fantástica mescla de Vossos atributos começou a interação quotidiana
Enquanto isto, eu absorto nas revelações que conduziam a Ti
Pensava que toda esta visão eram apenas palavras querendo encontrar-Te
Mas que quanto mais palavras fossem possíveis descobrir para revelar-Te
Mais perto de Ti me sentiria
E quanto mais próximo de Ti, certamente, mais palavras apareceriam
Porque no início, eram apenas palavras, e as palavras eram Você
Assim, antes de adormecer, senti que em todas as palavras e suas formas
Era onde, irrefutavelmente, sempre O encontraria.
PS: Para citar este Divino Poema:
Cargnin dos Santos, Tadany. Uma Divina Visão.