Um poeta mistura indistintamente arte e realidade, sonhos e fatos, o sutil e o grosseiro, desesperos e esperanças, vitórias e desgraças, cores e sabores, o divino e o mundano.
Além disso, os escritos de um poeta são continuamente preenchidos com estruturas dicotômicas, onde às vezes ele diz o que sente, enquanto outras vezes descreve o que percebe ao seu redor, e em ambos os casos, ele adiciona um toque substancial de imaginação, de criatividade e de possibilidades, os quais podem não ser estarem relacionado aos seus sentimentos ou às suas observações.
Como consequência, ele pode falar sobre a sensualidade da acústica, a intensidade dos sentimentos humanos, a suavidade da astronomia, a deturpação de comportamentos, a liberdade de viver, a esperança e as aflições do sonhar, a confusão e a profusão do relacionar-se, os paradoxos da educação, as sutilezas da espiritualidade, as prisões agonizantes dos condicionamentos psicológicos, as ameaças, sem graças, das religiões institucionalizadas, a indelével magia do amor e tantas outras coisas que ele descreve de uma forma fantasiosa e decorada, a qual leva as pessoas a se relacionarem com os tópicos sem serem totalmente avessas, no caso dos pensamentos serem questionadores, ou estarem completamente conectadas, se os versos forem superlativamente inspiradores e deliciosos.
E assim, por causa desse poder transbordante, complexo e camaleônico, de realinhar palavras, de reconectar desconexos símbolos e de ver a vida sob outros ângulos e prismas, os poetas são, para a maioria das pessoas, uma profunda incógnita, um ser eternamente distante, mas sempre um doce mistério.
Como citar este Poético Pensar:
Cargnin dos Santos, Tadany. Um poeta.