Três Perguntas

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Foto: Dida

Nome de liderança e respeito como delegada da polícia civil de São Borja a delegada Elisandra Batista fechou o ano contabilizando muito trabalho. Com tudo mantém a elegância e fortes atitudes em suas ações em prol da segurança da comunidade.

Deco – Como é a vida de uma delegada de polícia?

Elisandra – É uma vida extremamente corrida, dinâmica, com pouquíssima vida social e com muitos deveres e responsabilidades diários.

É comandar e coordenar investigações e também gerir pessoas e órgãos policiais sob nossa responsabilidade. É fazer a administração dos recursos públicos colocados à sua disposição, prezando pelo bom funcionamento da Delegacia de Polícia.

A carreira do Delegado é extremante intensa e desafiadora e tem algo que nenhuma outra carreira jurídica possui: além de ser jurídica, por pressupor o uso diário de conhecimentos do Direito para a tomada de decisões, é qualificada por também ser policial, demandando preparo operacional de táticas policiais.

Em termos simples, além de usarmos a caneta para tomarmos decisões, a Autoridade Policial precisa saber empregar a arma de fogo se o uso da força for necessário, o que torna q carreira extremamente singular.

Assim, se em determinados momentos a estamos em nosso gabinete fazendo deliberações jurídicas acerca do enquadramento dos fatos, no instante seguinte podemos estar comandando uma operação policial em que a destreza e coragem farão toda a diferença.

Essa ausência de rotina e o dinamismo da profissão tornam o trabalho do Delegado algo extremamente atrativo e interessante.

Deco – Consegue manter a elegância mesmo em ações ríspidas. E o medo?

Elisandra – Não diria que a elegância, mas procuro sempre pautar minha atuação profissional no respeito aos cidadãos, especialmente às pessoas em situação de vulnerabilidade que buscam a Polícia Civil para solução de seus problemas.

Há situações de maior embate sim, mas respeitando sempre os limites da legalidade é possível contornar mesmo as situações mais “ríspidas”, com educação e respeito aos direitos e garantias fundamentais.

O medo é algo inerente ao ser humano e é natural, desde que não seja paralisante. Mesmo nas situações mais tensas e perigosas, o juramento que fiz, de sempre servir e proteger à sociedade fala mais alto e serve como combustível para enfrentar as situações mais adversas.

O policial é o anteparo, o escudo entre o crime e a sociedade.

Ser policial é garantir a ordem pública e a segurança da sociedade ainda que em detrimento da nossa própria segurança. É colocar em risco a própria vida para defender a vida de pessoas que a gente se quer conhece.

Deco – Em termos de criminalidade qual a perspectiva para 2023?

Elisandra – A perspectiva é intensificarmos as ações de combate ao tráfico de drogas que é a mola propulsora de uma série de outros delitos, dentre os quais os crimes contra a vida, como os homicídios e crimes patrimoniais, como furtos e roubos.

Também pretendemos seguir combatendo com veemência os crimes praticados no âmbito das relações domésticas, especialmente os praticados contra mulheres, crianças, adolescentes e idosos com a implantação do Cartório de Proteção à Grupos Vulneráveis e qualificação do quadro de policiais para fazerem esse enfrentamento de forma cada mais efetiva.