Agraciadíssimo por seu trabalho como professor de danças gaúchas Bruno Martins, é um talento no que faz com classe e despreendimento. Pois ele é especialista em educação especial e docência de danças. Tradicionalista há três décadas e campeão do Enart pelo Centro Nativista Boitatá em 2018, seu nome é um dos mais reconhecidos e de grande relevo nesse meio artístico.
Deco – O mundo é uma dança?
Bruno – Acredito que a dança transforma o ser como um todo, sendo ela uma das manifestações mais antigas que existe, consegue atingir seus praticantes e elevá-los a níveis inimagináveis. Níveis estes não somente técnicos, mas psicológicos, sociais, mentais, espirituais…
Se o mundo fosse uma dança, com certeza seria ainda mais leve e prazeroso, sem contar que na dança precisamos de outras pessoas… o par, o músico, um grupo…. Dessa forma aprendemos a trabalhar e respeitar o tempo e limitação do outro nos tornando também seres mais empáticos e solidários.
Deco – Até onde vai o nosso tradicional dançar dos pampas?
Bruno – O tradicionalismo como o próprio nome diz vem do tradicional e dentre as diversas formas de se fazer o tradicionalismo estão as nossas danças. Com o passar do tempo estas danças sofreram influências e algumas modificações, mas sempre pensando no melhor dançar. O tradicional de certa forma ainda impera no desenvolvimento coreográfico. Nós instrutores e militantes do movimento organizado temos o cuidado para que este dançar tradicional não morra e continue chama viva dentro dos nossos salões e festivais…
Deco – Sente-se realizado em propagar nossa cultura dançante?
Bruno – Danço desde os 5 anos de idade, quando meus pais me levaram para o CN Boitatá e desde então nunca parei de dançar. Com o passar dos anos me tornei instrutor e professor de Danças, atividade a qual tenho orgulho e amo fazer. Ensinar uma das expressões artísticas mais antiga e prazerosa que existe é motivo de muito orgulho e satisfação. Ver o crescimento de tantos alunos que estão conosco nesses anos todos é um sentimento incalculável que apenas guardamos dentro de cada um de nós.