Altamente conhecedor da história das Missões e educação para o patrimônio, Fernando Rodrigues, segue sua escalada de estudos cada vez mais atinente sobre o tema. Mestre em patrimônio cultural, é um são-borjense de alto relevo a narrar a história também de sua terra que brilhantemente conhece.
Deco – Porque a história das missões em sua vida?
Fernando – A história das Missões é uma paixão que adquiri com estudo e com o tempo, quanto mais nos aprofundamos no assunto mais nos sentimos pertencente a esta magnifica história e conectado com nosso passado.
Deco – São Borja, sucumbiu historicamente em preservar o passado?
Fernando – Não totalmente, ainda tem muito a ser preservado. São Borja tem uma história muito rica, muito patrimônio material e imaterial a ser preservado. Possui um grande acervo de imaginárias espalhadas pelo seu território, museus qualificadíssimos, resquícios arqueológicos que remetem a presença humana na região há mais de 10.000 anos. A preservação é uma luta de anos e feita por muitas mãos, sempre avançando, lentamente é verdade. Felizmente, em 2018 foi considerada pelo Conselho Nacional de Arqueologia do IPHAN, o perímetro da antiga Redução de São Francisco de Borja como um sítio arqueológico e isto é um marco na preservação da história da cidade.
Deco – História. Presente, Passado, futuro?
Fernando – Conhecer para valorizar, esta é a premissa do patrimônio cultural. Nosso futuro está conectado com nosso passado, a próprio Unesco, recomenda a integração por itinerários turístico-culturais de cidades com identidades formadoras semelhantes, nosso passado está intimamente ligado a Santo Tomé e as demais Reduções, devemos trabalhar conectados, integrados tanto na esfera pública como na iniciativa privada. A Região das Missões estão na vitrine internacional, e hoje é um produto cultural da América Latina. Desta forma, precisamos nos qualificar a fim de crescermos em sociedade.