Passa o tempo, eu escrevo. E isso salva os neurônios

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Foto: Cristiano Garcia

Insisto que devo escrever: vai passar o tempo, vai aquietar minha alma e vou certamente ativar mais meus neurônios e eles agradecerão no futuro, que pode ser ali na dobrada da esquina. Mas escrevo invadido por música erudita tão estranha e engraçada para muitos, mas a ideal para o meu ser.

Faz-me navegar espiritualmente com a liberdade da inspiração. E assim sigo em frente, confabulo com meus botões, faço preces ao silêncio procurando o som dos sinos da felicidade. Inesperadamente porém, uma sinfonia de cardeais faz com que me aquiete a escutá-los porque a vida anda como se o outono, a primavera nos chamasse como um sopro ao vento com o canto do homem e suas rezas para o bem querer.

Violinos remexem meus sentidos. O ser encanta a sonata e faz vibrar o som de uma nota só. É a festa da existência ou da luta para continuar sobrevivendo. É a festa da existência ou da luta para continuar existindo. Afinal, quem somos nós nestes redemoinhos implacáveis que o tempo nos colocou a rodar sem piedade como a têmpora dos cristais?

O tempo nos dirá. Viver exige paciência. Mas é difícil…