Ela demandou

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Se me tocares somente da maneira que quero
Se te comportares com os gestos que aprecio
Se me falares as palavras que de ti espero

Se ouvires docemente minhas asneiras

Se aceitares silenciosamente meus erros

Se abraçares carinhosamente meus enganos

Se esperares eu sair desta fase de larva
E se aceitares amplamente meu manifesto
Serei tua deusa, plena e eternamente

Foi o que dela ouvi, espantosamente
Naquela noite de verão, resplandecente
Onde quase me tornei escravo, inconscientemente
Das algemas que ela me dava, sensualmente


Mas não foi o que aconteceu, felizmente
Fui salvo por algum respingo de lucidez, provavelmente
E acordei daquele passional feitiço, anestesiadamente
Virei as costas e fui embora, indecisamente


Hoje ela é apenas memória, indigente
Da mesquinhez de um amor egoísta, indecente
Que às vezes pode aparecer, na vida da gente. 

 

PS: Para citar este Poema:
Cargnin dos Santos, Tadany. Ela Demandou.