Às vezes

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Às vezes, sigo certeiramente o caminho

Outras tenho sentimentos tortuosos, estagnante redemoinho

Às vezes, desejo fielmente peregrinar

Outras sou liberdade, pecados tenho que inventar

Às vezes, sou uma produtiva imaginação

Outras um desleixo, letargia e inanição

Às vezes, ando alegremente sozinho

Outras me entrego à primeira, crio um doce ninho

Às vezes, sou bondade e caridoso

Outras, sou pequeno, mesquinho e maldoso

Ás vezes, sou alegria, vida e sorte

Outras, sou perdas, desalento e morte

Ás vezes, sou cores vivas, aquarelas de amor

Outras, um degradê moribundo, sombras de dor

Ás vezes, sou a voz da divindade que a dentro de mim

Outras, sou dúvidas, mendigando por um querubim

Às vezes, ando ereto e dignamente

Outras, perambulo por becos incandescentes

Às vezes, sou luz sublime em ascensão

Outras sou trevas, horripilante escuridão

Às vezes, sou a vida que inventei

Outras um papel, protagonista do que?. Não sei

Às vezes, e em outras vezes, me descubro e me desnudo

Por vezes um eu magnânimo e loquaz, noutras um ser ordinário e mudo

Tudo isso, porque as vezes sou a manifestação e suas efêmeras imagens

Noutras sou oráculos revelando-se, vivificantes mensagens.

(Tadany- 03 01 15)