A violência contra as mulheres no estado do RS tem pouca queda em comparação a 2019

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Fonte: Camila Beque

Ao longo de anos, as mulheres têm sido alvo de violência, infelizmente das mais diversas formas. Como, estupro, ameaças, lesões, que acabam levando ao feminicídio, ou a tentativa dele. Não há medidas efetivas para manter em segurança essas mulheres, já que não há um lugar ou local específico que elas estejam propensas a serem violentadas.

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou em uma recente pesquisa que 43,1% dos casos de violência doméstica contra mulheres ocorrem dentro de suas próprias casas, e 36,7% acontecem em vias públicas. Por consequência, os dados sobre a relação da vítima com seu agressor é de 32,2% sendo de pessoas próximas, 25,9% seu ex ou atual cônjuge, e 29,1% de pessoas desconhecidas. E pelas estatísticas, homens são mais vítimas de homicídios e mulheres são as que mais sofrem agressões relacionadas à violência doméstica.

Durante o ano de 2019, entre os meses de janeiro à julho, o estado do Rio Grande do Sul apresentou altos números relacionados à violência contra a mulher. Entre esses meses, 55 mulheres foram vítimas de feminicídio, e 205 tiveram suas vidas tentadas a morte pelos seus parceiros. E esses números pouco diminuíram nesses mesmos meses nesse ano de 2020.

Com o isolamento social, muitas pessoas começaram a passar mais tempo em casa, em família, mas nem para todos isso é algo bom, ou um momento de dificuldade apenas ligada a pandemia, nesse período muitas mulheres vem passando mais tempo com seus agressores. As lesões corporais no RS que em 2019, de janeiro à julho, totalizava 12.056, hoje é de 10.876. Uma queda não significativa o suficiente para o momento atual. Em São Borja, somente esse ano, 90 mulheres sofreram com ameaças, e 57 passaram por algum tipo de lesão corporal, segundo a Secretaria de Segurança Pública.

Durante esses meses no Rio Grande do Sul, 53 mulheres tiveram suas vidas tiradas, apenas 2 a menos, no mesmo período do ano passado. A diferença de mulheres que foram vítimas de estupro foram apenas 9, no ano anterior 929 mulheres foram estupradas, e neste ano 920.

As diferenças são muito pequenas de um ano “normal” para um ano pandêmico e de baixa socialização, mesmo com muitas mulheres estando no lugar onde elas deveriam estar em segurança, elas ainda não estão.
A denúncia é fundamental para evitar futuros casos de feminicídio, e hoje é possível fazer essas denúncias de forma discreta, por aplicativos, gestos e palavras ditas em alguns estabelecimentos que adotaram um espaço para que as mulheres possam denunciar seus agressores.