Somos os Primos e somos os Filhos

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Nós somos os primos de dores coletivas e pretéritas

Desses parentes que gostam de nos visitar

Que adoram se queixar e se lamentar

E que são destituídos de alegria e contentamento

 

Suas desvalorizadas joias são correntes de mágoas

E suas fantasias são mais adequadas para funerais

Eles vivem na soturna casa da ignorância

E têm o menosprezo e a angústia como seus hobbies

 

Nós somos os primos herdeiros dessas primitivas agonias

Desses parentes distantes que não escolhemos

Que acidentalmente caíram em nosso ambiente

E com quem não sabemos nos relacionar.

 

Mas também somos os filhos da alegria

Herdeiros perpétuos de contentamento e entusiasmos

Pois nossas almas são o oráculo de uma luz fulgurante

Que brilha perene e abundantemente

 

Nossos naturais suspiros são como sussurros de flores desabrochando

A magnificência de nossos olhos colore e decora este mundo de coisas

E os nossos ouvidos ouvem as canções melífluas de espirituosos anjos

 

Sim, somos os filhos do júbilo

Pois buscamos a verdade que faz o coração bater harmonicamente

Provamos o néctar da vida com graça e gratidão

Vivemos, amamos, plantamos, colhemos, compartilhamos e nos regozijamos

 

Definitivamente, somos os filhos da alegria e do alto astral

Esses pais de gentileza sublime e amorosa

Que são benevolentemente cuidadosos e lucidamente ousados

E quem nos concedeu a infinita glória e a eterna presença.

 

E assim, entre repentinas visitas

De alienígenas e obscuros parentes

E a constante presença

De brilhantes e fascinante progenitores

Vamos construindo nossas singulares histórias

No prodigioso almanaque da vida.

 

Como citar este poema:

Cargnin dos Santos, Tadany. Somos os primos e somos os filhos.