Dicotomias da peregrinação

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Onde quer que eu vá
Muitíssimos espinhos encontro na trilha
Tudo é infamemente doloroso, aqui ou acolá
Açoites que à alma maltratam, e ao respeito humilha

Às vezes, sigo exuberantemente tua luz
Desajando encontrar o oráculo prometido
No entanto, com frequência me pregam numa cruz
Abandonado num vale triste e descolorido

Mas a força interna é maior que os desesperos
Então continuo renascido após intensas penúrias
Pois a eternidade é o único caminho, onde me sincero
E abro o livro da existência, com conteúdos de amor e de lamúrias

Mas ao alcançar o majestoso templo da sabedoria
Onde a morte abraça o despertar da vida
Me hipnotizo com a transcendência de toda a harmonia
Que a esta eterna essência, brinda sua exuberante acolhida

E assim, olho de soslaio para a trajetória caminhada
E penso: acho que valeu a pena, apesar das penas
Pois agora vivo pleno nesta imensidão exaltada
Assistindo amorosamente ao teatro da vida, e suas fantásticas cenas.