A Chuva, a vidraça, o frio e o livro

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Foto: Popô

No exato momento que os pingos de chuva batem no translúcido de uma vidraça embasada pelo tempo me imagino ouvindo Djavan, exatamente Nem um Dia. Foi a Otália Pereira que me incitava a ouvi-lo e sentir a qualidade e o romantismo sonoro de uma música. Pois é o próprio Djavan, é quem sugere que nesse momento de divagações seria bom se ler um livro num dia frio e com o pensamento solto, sem a tristeza da fragilidade que incide sobre nós. Mas tudo irremediavelmente me divide, parece que estou longe da felicidade e de suas luzes. Chove, molha meu coração, estamos vivos sem esquecer os dias, pois quero ainda recriar a luz e que tudo nasça mais belo. Que sejamos então um elo entre todas as cores para enfeitar amores gris.Oh! Um dia frio. Bom para se ler um livro, sem esquecer que somos gente e com a força do pensamento nos recriarmos para tudo nascer belo para que o verde se faça azul com o amarelo numa aquarela. Quero amores coloridos que recrie a luz num dia frio, mas com o coração aquecido pela esperança de que somos feitos para amar. Talvez uma forma da gente aquecer a empatia do olhar ou dos supiro na conjunção romântica de que amar é um elixir revigorante de paixões mal resolvidas. Não custa nada tentar. Amores tem que ser coloridos gris chega o céu em dia de chuva.