De repente, aqui no penhasco da existência
Observo o futuro que se abre no horizonte
Meio incerto sobre o que ele realmente representa
Se é um fato, ou apenas uma projeção de minha consciência
Pois nem tudo sabemos, nem saberemos, somente a unidade da existência
Também o vejo como uma encruzilhada desconhecida
Com possibilidades, umas certas, outras impossíveis
Definidoras de tudo que possivelmente virei a ser
Mesmo que seja um devaneio esta prestidigitação da vida
Do amor que pulsa incessantemente, a nossa mais sublime batida
E, nestas projeções duvidosamente futurísticas
Também encontro evidentes repitições pretéritas
Melancolias saudosas que insistem em existir
Ou talvez predisposições naturais de uma alma cabalística
De símbolos que anseiam por revelarem-se, aparentemente mística
E assim, de repente, não mais que de repente
Me encontro neste precipício, alimentando o viver
Disfarces de nostágicos passados, fantasias de iluminados futuros
Visões no oráculo da imaginação, sentado no pico da montanha, neste momento presente.
Este penhasco existente, do imprevisível futuro, que não existe, visto que é ausente
A não ser em fantasias, devaneios, ilusões que criamos em nossas mentes
Mas que sempre as alimentamos, inspirados alegremente.