O Pior do Amor
São os despertares sem toques, sem cortesias, sem desejos, nem alegrias
São as reuniões com os advogados, culpados, mal tragados
São as tentativas fracassadas, premeditadas, já cansadas
São os bares, com seus azares, que acolhem desiludidos pesares
O Pior do Amor
São os sorrisos falsos, as desculpas aleivosas, as fantasias destroçadas
São as distrações, em outras inspiradoras ilusões, que amenizam as frustrações
São os jantares, sem olhares, de comidas sem sabores, com dores
São as noites de silêncios barulhentos que maltratam os ouvidos
O Pior do Amor
São as culpas pesadas, arrastadas, sufocadas
São as pessoas curiosas, escandalosas, com suas soluções miraculosas
São as conveniências inconvenientes, prudentes, maledicentes
São as acusações, os infindos sermões, as meticulosas agressões
O Pior do Amor
São os perdões sem razões, nem interjeições, somente aflições
São os desejos insatisfeitos, as dores de cabeças fingidas, os cansaços sem sono
São os esquecimentos desatentos, cinzentos, fraudulentos
São os corações que não mais batem de êxtase, mas sim por ânsias de sair correndo
O Pior do Amor
São as manhãs de um otimista recomeço, contínuo tropeço
São as tardes com aromas de modificações, eternas decepções
São as noites de auspiciosas esperanças, míseras vinganças
São todos os dias, que já não são mais dias, e sim covardias, selvagerias, agonias
Mas Pior mesmo do Amor é quando no ponto final,
Não existem mais pontos, somente desapontos e desencontros
Um fim tonto, sem desconto, que por fim aconteceu, pronto.