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Número de focos do mosquito Aedes já passa de 2 mil

O período de chuvas abaixo da média em junho não significou menor proliferação de focos de larvas e do mosquito Aedes Aegypti nas áreas urbanas de São Borja. A constatação do Serviço de Vigilância Sanitária da Secretaria Secretaria Municipal de Saúde é de que as temperaturas acima da média, no último mês, foram o principal fator de risco. Já são contabilizados 2.242 focos na cidade desde janeiro. Uma das coordenadoras técnicas do trabalho de orientação e prevenção, Janaína Leivas, ressalta que outro indicador de situação de risco diz respeito à recente edição do LIRA (Levantamento por Índice Rápidos e Aedes).

Nesse levantamento por amostragem, a média de incidências detectadas de larvas ou mosquitos na cidade foi de 4,9%. O índice é quase o mesmo da amostragem anterior, em março, que foi de 5%. Em relação aos levantamentos de rotina, contabilizados a partir de materiais coletados pelos agentes de endemias, são registrados até agora, 223 focos nos chamados Pontos Estratégicos, como borracharias, ferros-velhos e cemitérios. A região Centro-Sul da Cidade segue liderando o número de casos nos pátio das residências, empresas ou em terrenos baldios. São 871 focos, em menos de seis meses na área central. Depois aparecem os bairros Pirahy (393 focos), José Pereira Alvarez (341) e do Passo (337). A vila Umbu registra 62 ocorrências e a vila de Nhu-Porã, 15. Não considerando os chamados Pontos Estratégicos, são 2.019 focos.

Na Cidade, as visitas de inspeção nas residências e nas empresas são realizadas a cada dois meses. Neste mês estará sendo iniciado o quarto ciclo de 2019. Em Nhu-Porã, os agentes de endemia do Serviço de Vigilância desenvolvem trabalho de rotina, como em áreas urbanas. Na Vila, que fica a 30 quilômetros da Cidade, um caso de dengue ocorreu no início do ano. A situação, porém, é considerada sob controle. Para agosto está programada a realização da terceira edição do ano do LIRA, levantamento por amostragem.

O temor em relação ao Aedes Aegypti não se deve apenas aos riscos de transmitir a dengue, uma das doenças mais frequentes. O mosquito também pode ser vetor de pelos menos outras três patologias graves – febre chykungunia, zika vírus e febre amarela. Janaína Leiva destaca que, além da situação local, existe a preocupação com o que acontece em cidades da região e que mantêm circulação permanente de pessoas com São Borja. Ela cita o exemplo de Uruguaiana e de várias localidades nas Missões. “A recente edição do LIRA revelou altos índices de infestação, o que significa a necessidade de atenção redobrada”, justifica. Outro motivo de atenção diz respeito à localidade argentina de Santo Tomé, também com alta incidência de Aedes. Sob coordenação do diretor do Serviço de Vigilância Sanitária, Adilson Quevedo, a ideia é implementar ações de intercâmbio e parceria com todas as localidades brasileiras na região e também na Argentina. Quevedo lembra, por outro lado, que no Brasil os números relativos a óbitos e pessoas doentes praticamente triplicaram em relação ao ano passado.

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