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As incógnitas do pós-Carnaval

Por todos os cantos e por todos os poros, o Brasil respira e transpira Carnaval. Só quando chegarem as cinzas da quarta-feira é que o país começará a acordar para a realidade. Convencionou-se afirmar, afinal, que somente a partir daí é que o ano de fato começa. E, neste 2018, de eleições gerais e Copa do Mundo, o que não faltarão são expectativas, diante de um cenário de tantas incógnitas.

Quando a chamada Constituição Cidadã completa 30 anos e semelhante lapso de tempo da redemocratização, a nação vive uma cruzada histórica, sob o signo de variáveis imprevisíveis. Em tempos de Lava Jato e faxina moral, nem mesmo o mais argumento previsor arriscaria um desfecho para as eleições de outubro. Quem, a propósito, mais provavelmente será o próximo presidente da República? Chegou-se a cogitar, com ênfase, a polarização esquerda-direita. Este cenário, porém, cada vez mais sai do radar. Lula dificilmente será candidato e, no outro extremo, não acredito em chances de Bolsonaro – uma espécie de voo de galinha. Deve haver, na prática, uma pulverização de candidaturas, maior que em 1989, mas nenhuma capaz de galvanizar as opções de eleitorado.

Fala-se em renovação dos quadros políticos e, portanto, reestruturação do Congresso. Sinceramente, não acredito. Podem até mudar alguns nomes entre deputados e senadores, mas sem que isto mude as velhas práticas do fazer político e que tanto desencantam a sociedade brasileira. Pode parecer pessimismo exagerado, mas também é difícil de acreditar que, a despeito de tantas mazelas, o voto tenha amadurecido de uma forma mágica.

Reformas? É preciso, no mínimo, ser ‘Santo Tomé’. Neste no próximo governo, Mesmo partindo do princípio que a reforma da Previdência, a primeira da lista, seja indispensável, necessariamente tem de vir acompanhadas de alguns pressupostos: clareza, convencimento, justiça e isonomia. E tudo isso tem faltado. Reforma Tributária, sim, mas quando e como?

Em relação ao Rio Grande do Sul, que não reelege governador, é também uma incógnita supor quem será o próximo ‘inquilino’ do Palácio Piratini. Dúvida mais atroz ainda é saber se um estado tão pujante como já fomos conseguirá sair do atoleiro. Nem é o caso de falar na disputa na Rússia. O que já foi dito basta para afirmar que o ano promete!

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