Os pés estavam cansados de caminhar pelas mesmas ruas
O coração estava exausto de amar a mesma deusa
Os braços estavam depauperados de abraçar os mesmos corpos
As mãos estavam enfastiadas de cumprimentar os mesmos sorrisos
Os olhos estavam entediados de observar a mesma paisagem
Os ouvidos estavam desesperados de ouvir a mesma ladainha
A mente estava esgotada de pensar na mesma rotina
Foi quando o corpo decidiu partir
Então, os pés recobraram a avidez de peregrinar
O coração pulsou por um novo sonho
Os braços agarraram-se a nova brisa que soprava
As mãos tocaram extasiadas as novas silhuetas que brilhavam
Os olhos cintilavam com o novo desenho terrenal
Os ouvidos exaltaram-se com a nova sinfonia
A mente renasceu com a nova aurora que se apresentava
E o corpo, ditoso, pensava exultante na próxima partida.