Às vezes caminho pelas ruas procurando contemporâneos
Sejam eles estrangeiros, sejam eles conterrâneos
Mas que tenham peculiares sutilidades
As quais se expressam em suas atitudes, suas vontades
E que, dentre tantas, possuam algumas destas beldades
Um olho que goste de arte
Para que a fortuna da imaginação seja encontrada em qualquer parte
Um ouvido que aprecie a música dos pássaros
Para que a sinfonia natural seja sempre um deleitável amparo
Uma mente que se deleite com um poema
Para ter a capacidade de ver o mundo arquitetado por outro esquema
Um corpo que desfrute da tranquilidade dos parques
Pois neles há outra dimensão, onde existe um encantador portal de embarque
Um coração que dispara quando o sol se põe e incendia quando a lua aparece
Pois os fenômenos naturais, à essência humana sempre enaltece
Às vezes, a sorte me apresenta tal companhia
Em inexprimíveis encontros, exuberantes algaravias
Isto já aconteceu em vários lugares
Em terras distantes, em idiomas diferentes, em distintos lares
Mas na maioria das vezes, a busca não leva à nenhuma descoberta
Então, vez que outra penso, talvez por isso se exalta esta pretensão de poeta
Para manifestar os impetuosos anseios, que a esta apaixonada alma, dá na veneta.