Dizem que os olhos são a janela da alma.
Que eles são o portal que conecta a imensidão da alma com a limitada grandiosidade espacial do universo.
Mas muito embora o universo pareça absurdamente enorme frente aos olhos, ele não o é em frente a vastidão da alma.
E assim, temos a oportunidade de olharmos o mundo através da vista da alma e, ao fazê-lo, o todo anímico, o todo essencial, o eu que sempre foi, que é e sempre será, manifestará suas intrínsecas características de amor, de liberdade e de serenidade
Mas, por outro lado, o livre-arbítrio também brinda a possibilidade de restringir o olhar do mundo com as persianas de individuais ambições, egoísmos, meias-verdades, soberbas e medos.
Ou seja, estas duas possibilidades existem e ambas são resultado de uma escolha individual.
Mas é importante saber que, a visão da alma, manifesta carinhosas, construtivas e humanas pérolas que elevam a essência pessoal e imantam fertilmente o ambiente.
Por outro lado, a egocêntrica visão individual é podada por uma estreita, medíocre e desastrosa orientação onde o mais importante são as temporárias posses, desonrados lucros e ilusórias imagens, as quais sugam avidamente a vitalidade do ecossistema.
Em outras palavras,
A visão anímica é como uma fonte, naturalmente contribuidora.
A visão individual é como um lago, sagazmente retentora.
Aquela é incessante.
Esta é dependente.
Aquela é abundante
Esta é deficiente
Aquela é plena
Esta é incompleta
Pois os olhos são a janela da alma.
Oxalá não sejam persianas.
PS: Para citar este Poema:
Cargnin dos Santos, Tadany. Os olhos – Janela da Alma.