O relógio faz tique-taque e tique-taque
Tique-taque, tique-taque
Um tique-taque incessante
Que se repete incansavelmente
Despreocupadamente
Intensamente
Como se estivesse tentando produzir um som estridente e despertador para nos lembrar que a vida está passando
Que ela está voando sobre nossas cabeças
Que ela está escapando pelos nossos dedos
E que não importa o quanto tentemos segurá-lo
Seja com força
Seja com o auxílio de ferramentas
Seja desesperadamente ou ansiosamente
Ele não para
Ele prossegue
Inevitável, infalível e imparável.
E esse especial tique-taque, ao ser observado
Ao ser analisado
E ao ser decodificado
Revela questões fundamentais para a nossa existência, como por exemplo
O que você está fazendo com o seu tempo?
Você está usando este magnífico presente de forma deliberada?
Você está aproveitando este breve período para manifestar seus talentos?
Você está se beneficiando do tempo neste exato momento?
Ou você está apenas deixando-o passar repleto de sonhos não realizados?
Ou você o está desperdiçando com pensamentos e ações indesejáveis, dolorosas e arrependidas?
Pense bem sobre essas perguntas porque esse tique-taque possui características sui generis
E, entre elas, é lúcido entender que ele é eterno, mas que também é imparcial
Ele é imparcialmente justo na maneira impiedosa com que trata a todos igualitariamente
Porque ele simplesmente não se importa com a nossa existência
Ele exclusivamente segue em frente
Sempre adiante sem ostentação, sem fanfarrices e sem charme.
Além disso, provavelmente o tema central do tique-taque do tempo é nos persuadir a questionar nossas realidades, isto é, estou vivendo numa realidade encantadora e inspiradora ou estou apenas sobrevivendo num cenário assustador, desagradável ou letárgico.
Ou seja, devemos aceitar este interessante desafio de questionar como utilizamos nossos momentos.
E, quando aceitamos tão interessante desafio, que tenhamos coragem para buscar as respostas e, uma vez que as encontrarmos, nos esforçarmos para manifestar tudo o que a vida espera de cada um de nós, assim como tudo o que devemos retribuir e contribuir de volta para a vida.
E que assim o façamos, pois aqui estamos não apenas para ouvir o ininterrupto tique-taque do tempo e deixar nossas existências vazarem pelos canos pútridos dos segundos não vividos, mas sim tomar as rédeas de nossos próprios cronômetros e galopar em direção aos nossos destinos.
Portanto, ouça o som, mas não se assuste nem se desanime por ele, pelo contrário, sinta-se revigorado e carregado por ele, busque as respostas, escolha seus caminhos e deixe sua jornada ser uma radiante manifestação.
Incessante e atemporal.
Tique-Taque, Tique-Taque, Tique-Taque.
Como citar este pensamento:
Cargnin dos Santos, Tadany. O Tempo e Seu Impiedoso Tiquetaque.