Nos anos 80 morei num quarto-e-sala ali na Duque com a Jerônimo Coelho que, às vezes, resmungava.
Pelo menos era o que me parecia quando esse pequeno apartamento fazia barulhos estranhos ao ponto de não me deixar dormir: resmungava!
Não raro, panelas e tampas despertavam em bêbadas madrugadas e me faziam tirar tudo de dentro do pequeno armário da cozinha, atrás de ratos fantasmagóricos que nunca encontrei.
Passei a conviver com meus espíritos rabugentos barulhentos como inquilinos indesejados mas, de certa forma, queridos. Passei a chamá-los de pressentimentos online generic viagra.
Percebi que, quando se manifestavam, algo acontecia; algumas coisas boas, outras nem tanto.
Nunca comentei com meus amigos facínoras pois viraria gozação o assunto nas mãos daqueles bandidos. Ou montariam acampamento no meu apê-ovo numa força-tarefa de borrachos caça-fantasmas, melhor não.
Mudei, me fui ao mundo e pensei tê-los perdido por aí, mas não: de vez em quando dão o ar da graça e me cutucam como em mensagens virtuais selenitas, me avisando que o leite vai derramar ou a consultora da Jequiti vai me pedir em noivado, uma loucura!
Dia desses, sozinho em casa, ouvi um copo quebrar-se, na área de serviço. Fui conferir e nada havia lá, às duas e meia da manhã. Parecia alguém alguém resmungando: “Olha o que tu tá fazendo, menino!”. Espero que não seja o Grilo Falante, amiguinhos e amiguinhas.