Diante de números recordes de casos confirmados de Covid-19 em São Borja, nos últimos dias, a secretária municipal de Saúde, Sabrina Loureiro, lançou um apelo dramático no sentido de que a comunidade, mais do que nunca, ofereça sua cota de contribuição e sacrifício. Ela confirma que o maior contingente de infectados pelo vírus é de pessoas jovens e ressalta que, “se a população não agir de forma cooperativa com as autoridades de saúde, em São Borja e em todo o Rio Grande do Sul, estamos sob a iminência de um colapso nos hospitais e demais unidades de atendimento”. A previsão é que o Comitê de Gestão de Crise volte a se reunir, para deliberar sobre medidas a serem adotadas.
A secretária informa que, inicialmente, serão reforçadas as campanhas de conscientização, no sentido de que todos usem máscaras e observem o isolamento social recomendado. “O problema não está no comércio, nos bares, nos restaurantes ou nas unidades de saúde, mas nas aglomerações em festinhas nas residências ou outros ambientes”, destaca Sabrina Loureiro. Ela ressalta, porém, que decretos do Estado e do Município proíbem aglomerações de mais de dez pessoas e tornam obrigatório o uso de máscara em todos os lugares.
“Eu amo, eu cuido, me protejo e dou exemplo”, lembra a titular da Saúde municipal, citando o slogan da campanha em curso. Acrescenta que o panorama atual, em relação a pacientes infectados e internados, é o maior de toda a pandemia. “As pessoas precisam ter clareza de que, depois de perdermos um familiar ou um amigo, isso é para sempre, mas pode ser evitado, se cada um fizer a sua parte”.
Sabrina considera que São Borja, através da estrutura montada em parceria pela Secretaria de Saúde e o Hospital Ivan Goulart, é adequada em relação à EPIs (Equipamentos de Proteção Individual), medicamentos, testes e o Centro de Triagem. Quando possível e com amparo na legislação, mais profissionais foram contratados e outros ampliaram a sua jornada de trabalho. Nesta semana, a secretária pediu autorização à 12ª Coordenadoria Regional e à Secretaria Estadual de Saúde para que, em função da pandemia, o SAMU (Serviço Ambulatorial Móvel de Urgência) possa transportar pacientes a distâncias superiores a 230 quilômetros, algo que hoje não é possível.
As barreiras sanitárias itinerantes serão intensificadas nos locais de maior concentração inadequada de pessoas. “O que é preciso e fundamental é que especialmente os jovens se convençam de que, sem os cuidados recomendados, eles pegam o vírus na rua e levam para casa”. A projeção é que também sejam apertadas as medidas de restrição e controle, mobilizando equipes da Prefeitura, das instituições policiais e do Ministério Público.