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As Tormentas da Vida

Parecia ser manhã, mas no céu pairavam escuras nuvens, ao longe era possível ouvir horrendos trovões, e mais ao lado, flamejantes raios adicionavam tenebrosos presságios antes mesmo do dia nascer. Quando pensei em sair, uma tormenta avassaladora começou a ruir qualquer ímpeto de andança no ambiente externo. Deveras o relógio dizia que era manhã, mas a realidade era tão obscura e tão indesejável que o único pensamento era o de fechar os olhos e dormir.

Adentrar ao mundo do sono, ou dos sonhos, para fugir daquela medonha realidade. Então, mesmo sendo hora de levantar, voltei a repousar e, quando novamente despertei, a obscura realidade permanecia inalterada, voraz e assustadora. Esta pequena descrição de um dia tormentoso, é uma verossímil analogia de como me sinto quando a tristeza invade a fortaleza do coração, quando a impotência destrói o forte da autoconfiança e quando o medo avassala os ímpetos de mudanças, pois não importa qual a paisagem do ambiente onde estou, minha percepção do mesmo é imutável, desagradável e dolorosa. Nestas horas, sinto-me débil e incapaz.

Às vezes, o dia amanhece, o sol brilha e a vida continua, mas a minha realidade permanece na escuridão, na cegueira e na dor. Nestes dias, o dia inexiste, pois, a noite é a única realidade, uma eterna escuridão de horripilantes crueldades. Toda a vez que isto acontece, a tormenta da subjetiva desesperança nubla o brilho da objetiva e exuberante realidade que permeia minha essência. Ahh Emocional Insolência. Psicológica Impertinência. Vital Improvidência que, vez que outra, se manifesta nas inevitáveis tormentas da vida, frequentemente sem a minha anuência.

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