Juntos, mas distantes.
Unidos por um acordo frágil que erroneamente insiste em manter-se.
Um silêncio covarde que nos impede de falar o que pensamos.
Lençóis conjuntos que aquecem frios corpos e apagadas almas.
Café da manhã com sabor de quero ir embora.
Almoço sem sabores, com dores e temores.
Final de dia em que os bares afogam o desejo de não mais regressar.
Jantar requentado com sobras de culpa e temperado com ingredientes de dor e asco.
Noites tristes, com despistes de distância, corpórea deselegância.
Aquarelas obscuras de um indesejável quotidiano, mundano, profano, existencial engano.
Distantes, mas juntos. Vivos, mas defuntos.