Os Reinos Vegetal e Animal seguem seu contínuo, programado e inteligentemente arquitetado curso, o Reino Humano, em sua vertente tecnológica e econômica vem experimentando uma impressionante e admirável linha ascendente que tem provido dezenas de benefícios para toda a humanidade, os quais vão desde o aumento do número de seres humanos que estão tendo a possibilidade de satisfazer suas necessidades básicas de abrigo e alimentação, passando por ferramentas que tem brindado a possibilidade de mais rápidas, acessíveis e dinâmicas interações entre povos de diferentes regiões e culturas até os micro e macroscópicos desenvolvimentos tecnológicos que tem auxiliado o ser humano a encontrar curas e tratamentos para enfermidades outrora incuráveis, assim como entender e conhecer um pouco mais sobre o funcionamento de um universo que sempre esteve presente, mas nem sempre tão detalhadamente entendível.
No entanto, apesar de todas estas benesses e instrumentos que estão disponíveis para a maioria de nós, na vertente sócio emocional parece que existe uma quase imperceptível, mas veraz, tendência de isolamento, egocentrismo e segregação acontecendo com muitas pessoas em vários lugares do planeta.
Parece que as pessoas estão deixando-se expor à certos sistemas que incentivam e privilegiam a diferença segregadora, a vitória a qualquer preço e a percepção de que os indivíduos que passam pelo caminho do outro são objetos que, ora os auxiliam na realização de algum objetivo, ora os obstaculizam com suas presenças.
Esta errônea, danosa e inconsequente tendência, por estar em conflito com a real essência de todo o indivíduo, têm criado uma geração de pessoas vazias, supérfluas e mesquinhas cujos principais sentimentos resultantes de suas egocêntricas ações são um vazio existencial, frequentes flutuações sentimentais, ansiedades, medos, angústias, dores, arrependimentos e culpa.
Ademais, outra consequência ainda mais perceptível de toda esta conjuntura é que milhares de pessoas andam pelas organizações, empresas, escolas, parques, universidades, bares, ruas e lugares com um olhar agonizante e uma expressão infausta, mas que no âmago de sua natureza clamam desesperadamente, numa invisível e mendicante súplica, por serem amados, por serem reconhecidos ou, pelo menos, por cordialmente serem bem tratados.
E, mesmo que assim o desejem, as pessoas permaneçam inertes e temerosas de exporem-se à magnânima atitude de serem os primeiros a darem um sorriso para um desconhecido, a estenderem a mão a um necessitado, a abrirem a incessante fonte do amor que existe em seus corações para compartilhar com os outros e, como resultado, sentirem-se alegres, satisfeitos e expressivos por terem dado suas pequenas, quase insignificantes, mas deveras importantes contribuições para o bem-estar geral da sociedade.
Mas tal atitude requer uma audaciosa coragem e, sob qualquer perspectiva, coragem significa ter a capacidade de superar qualquer medo que possa existir na psique individual, medo este que não faz parte da programação emocional e psicológica dos seres humanos e que é facilmente ratificado pela livre e ousada vida das crianças, mas que quando manifestado, inibe a capacidade que as pessoas possuem de auxiliar, de compartilhar e, acima de tudo, de amar.
Desta maneira, que tenhamos a coragem e a lucidez para perceber a essência de que ao nosso lado está alguém que, assim como eu, anseia por augustas relações, cordiais interações e carinhosas atitudes e, como resultado, que tenhamos acapacidade de adornar todas as nossas interações com sublimes pérolas de um amor que aproxima, um amor que eleva e um amor que dignifica as nossas vidas e a das pessoas que passam pelos nossos caminhos. Seja corajoso! Doe Amor!
PS: Para citar este pensamento: