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A Espera que Desespera

Existe uma espera na alma de muitas pessoas que é irrequieta, insuportável e, frequentemente, ignorada.

Mas ela é muito vivida e intensa.

Ela é uma espera com reminiscências de abandono, de solidão, de receio e de medo.

Ela é uma espera ansiosa que se afaga com a ilusória sensação de ser preenchida, talvez por um encontro inesperado ou por um retorno imediato de uma pessoa sonhada,

Ou espera ser satisfeita por uma conquista repentina ou por um sorriso espontâneo

Ou quem sabe espera ser saciada por um prêmio súbito ou por uma benéfica mudança externa

Ou, em muitos casos, ser acariciada pela doce fantasia de imaginar-se um indivíduo completamente diferente do que se é neste exato e doloroso momento.

Neste amplo e imensurável campo da vida, é inegável que muitas pessoas carreguem em si estas esperas e, mesmo cientes da fabulosa e inalcançável ficção que são muitos de seus desejos, elas passivamente esperam que as coisas mudem, que os outros cambiem, que a situação seja diferente e ali ficam num marasmo cansativo e sugador sonhando e esperando que a fortuna, o amor e a glória batam as suas portas e lhes entreguem todos os seus tesouros.

E, catatônicos da vida e da imensidão do viver, permanecem neste desconfortável cenário até que se desesperam na traiçoeira armadilha de suas delirantes esperas.

Enquanto isto, sem esperar, a vida segue seu natural, esperado e contínuo ritmo, o qual para aqueles que não esperam, mas que buscam seus sonhos, é um ritmo estimulante, inspirador e corajoso.

Então, como você está, desesperado esperando o impossível, ou sem desespero e nem espera, trabalhando no seu possível?.

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