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Não estás Triste

Não estás triste, estás distraído

Distraído pelos medos que não são teus

Pelas tristezas que tomastes emprestadas no caminho

E pelos anseios que semeastes em dias de dúvidas

 

Não estás triste, estás esquecido

Esquecido das flores que abrilhantam o jardim

Dos órgãos que fazem o corpo funcionar ininterruptamente

E do sol que ilumina o dia e brinda vida ao mundo

 

Não estás triste, estás desatento

Desatento do planeta que viaja suavemente pelo universo

Dos rios que irrigam nossas terras e produzem nossos alimentos

E dos animais que oferecem diversidade e beleza ao ecossistema

 

Não estás triste, estás desligado

Desligado do amor que o trouxe ao mundo

Das aventuras que a amizade imprime na alma

E dos carinhos intercambiados com a pessoa amada

 

Não estás triste, estás desatento

Desatento da inocência e espontaneidade das crianças

Da poesia, da música e da arte que encantam os sentidos

E das estações e suas intermináveis mutações

 

Não estás triste, estás ausente

Ausentes dos teus mais íntimos desejos

Da coragem necessária para encarar cada amanhecer

E da gratidão que regala força ao intelecto e doçura à alma

 

Não estás triste, estás alheio

Alheio à um mundo que clama por tua presença

Com suas vitórias e suas derrotas

Com seus amores e suas dores

Com seus sonhos e seus pesadelos

Com suas chegadas e suas partidas

Com suas liberdades e suas limitações

Com suas revelações e suas frustrações

Com seu todo e um pouco mais

 

Não…não…Não estás triste, estás alienado

Alienado de si mesmo e alienado do todo

Então acorde, desperte, levante e una-se

Una-se à vida e ao ato de viver

E ao fazê-lo, talvez entenderás..

…que na verdade…

estás apenas desconectado

Mas não estás triste. 

 

Como citar este Poema:

Cargnin dos Santos, Tadany. Não estás triste.  

Redação
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Revista Digital de todos os acontecimentos do círculo social e público da cidade de São Borja e Região.
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