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Dias Perdidos

Existem dias que nascem do avesso, travessos

Dias que amanhecem nublados, extraviados

Dias que são agourentos, nojentos

Dias que cansam só de pensar, vacilar

 Existem dias que até as flores se recolhem, encolhem

Dias que os pássaros não querem cantar, choramingar

Dias onde as ruas penderam suas cores, incolores

Dias em que escondemos nossos sorrisos, imprecisos

 Existem dias que a solidão engasga, rasga 

Dias que os pensamentos são sonolentos, aborrecimentos

Dias que o choro insiste em aparecer, estremecer

Dias em que até os rios deixam de fluir, contrair

 Existem dias que a tristeza reina incondicionalmente, serpente 

Dias que as ideias ficam dormindo, fugindo

Dias que os alimentos não têm sabores, desanimadores

Dias em que não existem máscaras para se esconder, desaparecer

 E quando estamos nestes dias

Parece que eles serão assim para sempre

Mas felizmente, 

Sempre não é todo o dia. 

 

PS: Para citar este Poema: 

Cargnin dos Santos, Tadany. Dias Perdidos.
Redação
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Revista Digital de todos os acontecimentos do círculo social e público da cidade de São Borja e Região.
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