O sentido de nossas vidas está no entendimento das histórias do lugar onde nascemos e crescemos, esta é a base fundamental do viver individual.
Toda a nossa educação, seja formal ou informal, é recheada de heróis e vilões que, no passado, por meio de suas ideias e ações causaram um imenso impacto na vida das pessoas e delinearam a maneira como vivemos atualmente. E, neste êxtase existencial, frequentemente nos conectamos com os mitos para termos a sensação de estarmos plenamente vivendo e, como consequência, vibramos com suas vitórias e entristecemos com suas derrotas.
Até aqui tudo bem, pois estes arquétipos são necessários para a formatação da personalidade e dos valores pessoais.
No entanto, se nos centrarmos somente nestes referenciais, indiretamente nos tornamos escravos das conquistas alheias para ter a sensação de estarmos plenamente vivos, principalmente em nossos centros emocionais e, nos tempos modernos, os esportes, a política e o entretenimento são fontes abundantes de sensações que, ainda que fugazmente, preenchem este enorme espaço, e em alguns casos, vazios sentimentais.
Então, é crucial estar ciente de que, ao nos lançarmos plenamente neste mar de dependências externas frequentemente esquecemos de nossas próprias histórias, de nossas próprias construções, de nossos próprios papéis no esquema da existência e, como resultado, deixamos de viver o que nascemos para viver e passamos a ter um papel secundário, terciário, ou insignificante, naquilo que deveria ser o épico de nossas caminhada individuais.
Daí advém a pergunta, e porque abdicamos de viver a nossa vida e aceitamos terceirizar isto para outros?.
Naturalmente, esta é uma pergunta difícil de responder, mas com frequência, o medo, a covardia, a imaturidade e a irresponsabilidade são pilares claramente visíveis nas pessoas que não assumem a responsabilidade por suas vidas, que não tentam, que não se esforçam e que preferem se esconder num véu ordinário e minúsculo ao invés de encarar a vida como uma peregrinação onde, a cada segundo, estamos plantando nossas sementes, estamos manifestando nossos sonhos e estamos escrevendo as linhas no livro de nossas histórias.
E, ao estarmos banhado por independentes e corajosos néctares, inevitavelmente a vida passa a ter mais sentido e, este necessário significado, é o oráculo que brinda inspiração, bravura e poder para que, oxalá, nas futuras histórias, sejam elas familiares, regionais, nacionais ou globais, você também seja um dos mitos que iluminam e entusiasmam as gerações que estão por vir.
Ou seja, na maturidade da independência encontramos o mágico santo graal que brinda novos sabores, novas visões e novas ações que definirão as histórias que desejamos escrever no livro de nossas vidas, o qual por natureza dual, será formado por vitórias e fracassos, alegrias e tristezas, prosperidade e penúria, saúde e dor, nascimentos e padecimentos, mas que, independentemente do vetor do momento, será o épico que escolhemos viver nesta breve e fascinante jornada de nossas vidas.
E então, como você está, preguiçosamente terceirizando sua vida e buscando as emoções nas vivências de outrem, ou você está heroicamente escolhendo viver a totalidade de sua própria história?.