Acho que muitos de nós já criaram imunidade às redes sociais no que diz respeito às fake news e demais mais barbaridades que a gente vê nelas. Muita gente já até passou por elas e optou por sair, depois voltou, outros estão entrando, se conectando cada vez mais, e por aí vai. Mas o ponto aonde quero chegar é sobre como as pessoas a estão usando, e o que se absorve delas. É um tema que transcende muitas coisas, que entra a questão do bom senso e do discernimento para estar e usar essas plataformas. Uma vez que hoje em dia qualquer um pode ser o que quiser numa rede social, muitos se acham juízes de valores, cientistas políticos, ‘’influencers’’ e por vai. E olha, a gama de profissionais autointitulados é vasto heim (risos)!
Sou usuário das redes sociais desde a gênese da internet, quando ainda era discada, e a conta do telefone vinha às alturas, junto com as ‘’ralhadas’’, geralmente vindas do meu pai.
A história era sempre a mesma: ‘’essa internet vai ser cancelada’’. Óbvio que nunca foi, graças a Deus. Eita fase trevosa. E quando caia a conexão no meio da madrugada? Que pra reconectar fazia um barulho horroroso.
Lembro como se fosse hoje minha mãe gritando:
– LAWRENCE , TU AINDA NÃO FOI DORMIR??????? DESLIGA ESSE COMPUTADOR URGENTE!
E eu: – Já tô indo, (nunca ia).
Enfim, de lá pra cá muita coisa mudou, veio a fibra ótica e daí, só alegria. Mudaram também as redes sociais. Quem é de 87, 88, 89, antes, ou até depois desses anos (citei esses por referência própria) certamente lembra do Chat do Terra, depois do ICQ, MIRC, MSN, ORKUT, e, finalmente, o Facebook. E depois, felizmente, o Instagram. E depois, glória Deus o WHATSAPP, que veio pra facilitar e simplificar nossa vida (ou não).
Depois desta breve e nostálgica retrospectiva, entro na questão que gostaria de divagar. Embora eu goste, e muito, das redes sociais, confesso que às vezes é necessário tomar um pantoprazol ou omeprazol, pra evitar a gastriste, ou um vonau, pra evitar o enjoo como forma de medida preventiva. Porque olha, é quase impossível tu abrir o Facebook, ver tanta coisa absurda e bizarra, e sair com o estômago ileso disso (eu pelo menos não consigo). Haja paciência e ponderação para abstrair tudo o que se vê nessa rede, cruzes (como diria a minha avó).
Outro dia perdi meu tempo pra ler um texto cujo título era ‘’ DIFERENÇA ENTRE GRETA E MALALA’’. Geralmente minha atenção é seletiva, mas como admiro muito a Malala, e a Greta também (SIM, POR QUE NÃO), parei alguns minutos pra ler. Confesso que esse texto sim me causou náuseas, e pior, estava sem meu vonau (risos), mas mesmo assim o li até o final. No texto essa pessoa as diferencia, e se dirige a elas como duas meninas que chamaram a atenção do mundo e que – acabaram indo parar na ONU. As distingue mais ou menos assim: uma (Malala) fala com pleno conhecimento de causa e outra (Greta) sem conhecimento algum. Uma (Malala) trazia um sentimento nobre, palavras sensatas e um semblante humilde; a outra (Greta) exibe uma face arrogante, um discurso malcriado e interesses ocultos nada admiráveis. Diz que ‘’ O contraste entre as duas é brutal. Uma sempre teve tudo e acha que nada presta. A outra, teve uma origem extremamente humilde, não tinha sequer liberdade e quase perdeu a vida por um sonho tão modesto’’.
Achei péssimo esse texto com essa comparação, e na minha opinião o texto é péssimo.
Daí voltamos à questão que falei anteriormente de que todo mundo acha que é juiz de valor, que tem opinião formada sobre tudo. E o que mais me assusta nisso tudo, é que essas pessoas pensam que os seus pensamentos e opiniões são uma verdade absoluta.
A Greta Ernman Thunberg é uma ativista sueca de 16 anos que ficou conhecida mundialmente pelo seu ativismo acerca do clima no mundo. Foi indicada ao Prêmio Nobel da Paz, acabou ganhando um ”Nobel alternativo”, um tipo de prêmio similar por ter de alguma forma inspirado e colaborado com as políticas climáticas, em seus plenos 16 anos. Não que seja relevante, mas a Greta tem a síndrome de Asperger, TDAH, transtorno obsessivo-compulsivo e mutismo seletivo. E mesmo assim, é atacada e muito criticada nas redes sociais.
A Malala Yousafzai, hoje com 22 anos, ganhou o Prêmio Nobel da Paz em 2014, ficou reconhecida principalmente pela defesa dos direitos humanos das mulheres e do acesso à educação no Paquistão, país onde os talibãs impedem que as jovens frequentem a escola. Desde o seu reconhecimento, o ativismo da Malala tornou-se um movimento internacional. Poderia falar mais sobre a história dela, mas o meu foco não é deixar essa leitura triste, e nem fugir do cerne do meu ‘’divagamento’’.
É impossível comparar ou diferenciar as duas, diferenciar digamos que até podemos, uma vez que são pessoas distintas, com lutas e biografias diferentes, por lutarem por causas díspares e tal. Mas devemos nos ater a uma coisa muito importante: as lutas delas têm algo em comum, que é a luta e a preocupação com o coletivo, é a ‘’peleja’’ delas por todos nós.
A visibilidade e o reconhecimento que ambas alcançaram, na adolescência, convergem no sentido de serem voltadas pro bonde de todos, para o coletivo, para o mundo inteiro. São e serão exemplos a várias outras gerações que estão por vir e inclusive nesta em que estamos vivendo!
A elas, o meu respeito e admiração pra sempre.
E pra concluir, filtro é bom e útil pra bloquear e filtrar muita coisa. Que tal trazermos ele pro nosso mundo virtual e assim tornar um ambiente melhor e saudável não só pra nós, mas pra todo mundo também?
Mesmo que se unam todas as verdades do planeta terra, TODAS continuarão sendo relativas.