Por Maria Thereza Veloso
Ha três décadas e meia, São Borja acompanha o desdobrar de seu cotidiano mais glamoroso pelo registro elegante de seu cronista social mais atento e sagaz, Deco Almeida.
Descrevendo e comentando com estilo leve, quase coloquial, o que seu olhar registra sobre pessoas e fatos marcantes do dia a dia da comunidade, Deco fez da página social da Folha de São Borja um espaço jornalístico com identidade própria. Os personagens de suas crônicas são descritos de forma singular, que os aproxima do leitor pela maneira afetiva, quase sempre mesclada com doses precisas de bom humor, com que esse artesão da palavra os apresenta.
Ao serem lembrados os trinta e cinco anos de colunismo social de Deco Almeida nas páginas da Folha, torna-se fundamental reconhecer a importância de que se reveste o jornalismo social, seja na imprensa escrita, na radiofônica, ou nos demais meios. Aparentemente banais, os fatos registrados a partir da percepção do cronista social são singulares e fundamentais para a tessitura da memória coletiva de determinada sociedade. Usos e costumes de cada época, sejam no âmbito familiar ou no social, ganham permanência, na medida em que se transformam em registros testemunhais dos modos de vida característicos de um núcleo social. O cronista dos fatos e do modo de viver dos personagens desses mesmos fatos, ao registrá-los converte-se num memorialista, torna-se historiador e tradutor de seu tempo para os que hão de vir.
Parabéns, Deco Almeida, pelos trinta e cinco anos de colunismo social, pelo olhar atento à vida da cidade, escrevendo, página a página, a memória coletiva de São Borja.