Eu te daria o céu, meu bem, e o meu amor também, desde que nos amássemos como se não houvesse amanhã e te diria que, apesar você, amanhã será outro dia.
Te queria o tijolinho da minha construção e te beijaria como se fosse a última, atravessando a rua com meu passo bêbado, numa tarde que caía como um viaduto e as nuvens, lá no mata-borrão do céu, anunciando um inverno que me deixaria perto de ti pra me aquecer, e que tudo mais fosse pro inferno.
Sem querer fui me lembrar de uma rua e seus ramalhetes, embora minh’alma de sonhar-te andasse perdida, tu sumiu no mundo sem me avisar, e a felicidade foi-se embora, mas a saudade no meu peito ainda mora; nunca esqueça nem por um segundo, como é grande o meu amor por você!
Não quero ficar na beira da estrada, com a boca escancarada cheia de dentes, esperando que você, um dia, volte para mim; mas o acaso vai me proteger enquanto eu andar distraído.
Amanhã será outro dia.