Ganhei a bolsa de colostomia em outubro de 2012, resultado de uma Gangrena de Fournier em cinco dias de coma.
Escapei com vida, claro, e aqui estou para contar-lhes essa linda e triste história rapidamente.
Triste é por conta da minha amiga Eva Porosa, ok?
Quando soube da bolsa, perguntei se seria reversível, se eu voltaria a fazer cocô como todos vocês fazem. Sim, tudo indica que sim, que bom!
Dois anos depois tudo indicou que não; fazer o quê, né?
Ou eu me adaptava aos novos métodos e à nova rotina ou brigava com o mundo, me tornando amargo, chato, odiando o Grêmio e a Rita Pavone.
Decidi me adaptar a esse mundo divertido e ficar vivo para esculhambá-lo um pouco mais.
O mais complicado não é andar pra lá e pra cá com a bolsinha de cocô pendurada na barriga, mas achar lugares em condições de a gente fazer uma higiene decente. Raros bares e restaurantes tem estrutura para colostomizados que nem eu, até porquê nem sabem o que é isso.
Primeira coisa que faço quando entro num bar é verificar o banheiro, dar uma geral, sacaram? Dependendo do lugar, já traço uma logística para eventualidades. Estou me especializando nisso, creiam!
Descobri muitos outros marsupiais, que nem eu. Velhos, crianças, moçoilas, rapazes e muita gente que sofre restrição por não haver nenhuma preocupação com os colostomizados.
Mas tem o lado bom, tô armado: se alguém se fresquear, brinco de bugio: jogo merda em todo mundo!
Acho que vou fundar um partido, queridos facínoras!
Buenas tardes!