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De uma Crônica

Tento reduzir minhas dimensões no pensar, vencendo barreiras que nos separam, regredindo a infância comum. Impossível. Como voltar? Nada posso fazer além de mim. Não posso, não posso lhes dizer que o amor é uma criança de olhos claros nem por exemplo que até a morte é o amor da natureza por si mesmo. Nem através dos meus olhos, indicar-lhes a grama orvalhada para então exclamar – Depressa ouçam a brisa. Olhem a relva coberta de flores roxas, e isso é uma espécie de amor. Nem os prender feito raiz ao solo e exigir – Amem-me porque eu os amo, meus filhos ou ainda – Amem assim como eu. Há forma de amor e desamor e cada um tem de vive-las, morre-las em solidão. Talvez doar a alegria, difícil serem lhes fonte semente de um futuro. E a vontade de transmitir-lhes o sentimento de um possível amor, algo como um céu de estrelas, muitas ora opacas, ora luminosas, cujo brilho dependerá de uma peculiar visão interior. E a imperfeição inteira, perdoada simplesmente. Talvez sim, assim o amor. Das leituras de Patrícia Bins em setembro de 1983.

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