Será que vale a pena Viver?
É uma pergunta que rodeia meus pensamentos quase tão naturalmente como a terra orbita o sol. Estou seguro de que ela não nasce de instintos suicidas, nem do resultado de alguma enorme perda ou insuportável sofrimento e muito menos da busca de profundos entendimentos filosóficos.
É uma força vital que existe independentemente de minha capacidade de controle.
Pura.
Intocável.
Insaciável.
Uma imaculada integridade despida de todas os condicionamentos que adquiri.
Sempre fervorosa, mas não impositiva.
Sempre interessada, mas nunca dogmática.
Sempre intrometida, mas não autoritária.
Leve e harmoniosa como se soubesse de antemão que nalgum momento, chegará ao seu destino.
Segura de si.
Destemida.
Sóbria.
Às vezes, penso nesta pergunta como um enigma, um quebra-cabeças cuja resposta está nele mesmo, está no entendimento de como as peças se interconectam, mas que, neste momento, ainda não consigo visualizar a clara conexão das peças.
E, neste interim, as peças se movem incessantemente.
Algumas não se encaixam, se frustram e se boicotam.
Enquanto outras giram, se movem, procuram espaços e se transformam.
Algumas, saltam de um canto para o outro porque desconhecem sua própria forma
Enquanto outras, quase sem formas, meio disformes, vão se justapondo no tabuleiro.
Algumas se escondem, envergonhadas e receosas por medo de mostrar sua configuração.
Enquanto outras, confiantes e ousadas expõe seus formatos para serem encontradas.
Algumas manipulam os movimentos, se distorcem e se disfarçam de partes que não são.
Enquanto outras se conectam por meio de seus naturais, travessos e multiversos rumos.
Algumas, esforçadas e diligentes, se moldam continuamente, mas não sabem o porquê ali estão.
Enquanto outras, essenciais e raras, parecem que nasceram prontas, pois se encaixam naturalmente.
E, entre todas elas, a fundamental pergunta é unânime, será que a vida vale a pena ser vivida?
A dúvida é uníssona e universal, e assim será até que todas as peças se encaixem.
Mas, enquanto isto, a resposta é alta, audível e intensa. SIM, vale a pena viver, pois é na vida que se encontram as respostas.
E é por meio do entendimento das respostas que conseguimos encaixar todas as peças do quebra-cabeças existencial.
E quando o fazemos, teremos a possibilidade de apreciar o mais belo, o mais complexo e o mais fascinante mosaico que nossas individuais cognições poderão apreciar.
Enquanto isto, sigas plenamente vivendo, questionando, aprendendo, transmutando e montando o seu quebra-cabeças, pois eu sigo diligente no meu.
PS: Para citar esta reflexão:
Cargnin dos Santos, Tadany. Será que vale a pena Viver.