O Medo e a Morte

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Quis fazer um pacto com o medo e com a morte

Quando o medo chegasse, não lhe abriria a porta

Quando a morte viesse, se não estivesse pronto, a mandaria para outro norte

Ambos quiseram reivindicar suas irrefutáveis autoridades

Falaram-me dos seus infindos poderes sobre os seres humanos

E o porquê pensavam ser detentores de paralisadoras verdades

Mesmo assim, teimei, bati o pé, disse que não havia negociação

E fui mais audaz, lhes disse que suas influências eram uma inocente ilusão

Efêmeras e temporárias, que só eram validadas pelos carentes e fracos de cognição

Perplexos, me olharam e disseram impetuosamente que não aceitariam minha proposta

Que suas garras iriam prender-me hermeticamente

E que suas influências não eram discutíveis, pois eram naturalmente impostas

Mas como não creio em idiotices, nem em enganadoras respostas

Os encarei com firmeza, doçura e certo encanto

Lhes pisquei graciosamente, os saudei e virei as costas

Parti alegre e extasiado como uma criança saindo de um parquinho

Mesmo assim, ainda escutava os berros e os insultos daqueles oponentes

Me ameaçando intensamente, verbais açoites, provocações indolentes

Desde então, tanto a morte como o medo

Andam desorientados procurando-me por todos os lugares

Não me acharão, pois este é um privilégio que não mais lhes concedo. (Tadany – 30 01 12)